quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RELAXE... FAÇA AUTO-CRÍTICA... RELIGIOSEIE, ATÉ, SE TE APATECE...

Uma das diferenças entre uma ciência e uma religião, é que esta última é um sistema fechado, do qual se você contesta qualquer segmento, seus adeptos reagirão, seguindo um instinto de sobrevivência, como se você tivesse contestado o sistema todo. Outra característica da religião é o apego emocional a um único livro, ou a um único autor, enfim, a um conjunto de princípios que não podem ser contestados. Eu nunca neguei a grandiosidade e importância do espiritismo. A mundividência apresentada e permitida pelo pensamento de Kardec nos abre uma perspectiva inédita não só de compreensão, mas, principalmente, de transformação do individual, do coletivo e do universal. No entanto, o progresso caminha do inconsciente para o consciente. É mister abandonarmos o mito pela razão, a fim de que retornemos ao mito instrumentalizados. Quando o espírita se fecha em Kardec e reage passionalmente a qualquer tentativa de questionamento, está se aferrando ao inconsciente; está resistindo ao desatracamento do mito que o sustenta; está temendo e fugindo da liberdade de pensamento; está, enfim, exercendo com a maior intensidade possível sua subordinação à religião. E a sua repetitiva, reiterada e irracional afirmação de que não é um religioso, é, na verdade, consequencia pura e simples do fato de que o mecanismo é inconsciente. Sendo inconscientemente um místico, temendo abandonar a segurança de suas crenças, aferra-se à afirmação de que não é místico, no mecanismo evidente de afirmar subliminarmente através de uma negação manifesta. Ele vive permanentemente um sonho e se recusa acordar. É um documentário vivo de como o conteúdo manifesto enconde o conteúdo inconsciente.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

GNOSE ESPÍRITA

O espírito é o ser consciente do universo; é a consciência individualizada. E o homem é um estado do espírito.
Seja o espírito um produto final da complexificação dos processos da matéria, ou tenha surgido pronto, anterior ou independente da matéria, produzido por um demiurgo, partimos da premissa de que, em algum momento, ele surgiu. E uma das suas faculdades inerentes e constitutivas, sem a qual ele não seria espírito, é a possibilidade de conhecer. Conhecer é a condição e o desiderato do espírito. Assim, o espírito conhece simplesmente por estar no mundo. Esse conhecimento ocorre lenta, gradual e permanentemente, dentro de um longo - ou até infinito - processo evolutivo. Sendo, o espírito, em seu inicio, simples e ignorante, ele apreende e compreende a realidade como pode. Durante a sua existência, como conseqüência da interação com a realidade, ele aperfeiçoa seus meios de apreensão e compreensão. A realidade aqui compreende todo o meio que o cerca, tanto as coisas diferentes dele, como os outros espíritos, semelhantes a ele; além daquilo que lhe é próprio, que se refere a si mesmo.
O espírito é capacitado a priori para o conhecimento; e essas capacidades são: a percepção, a individuação - e consequente vontade de preservação da individualidade -, e a divinização, ou impulso à divinidade.

Percepção é a capacidade de perceber a realidade, incluindo aí os mecanismos necessários, tais como, observação, análise, raciocínio e outros.
A vontade (ou necessidade) de preservação da individualidade alimenta na personalidade o egoísmo.
O impulso à divinidade é a ética interior e anterior que, no contato com as outras duas capacidades irá determinar as ações e reações do espírito.

PARADIGMAS

Primeiro era o teísmo. Durante muito tempo a ênfase das ações e atenções humanas era Deus. A vida se organizava em rituais, festas, governos, tudo girando em torno de Deus. Quanto sangue derramado pelas religiões em nome da divindade.
Depois, veio o humanismo. E a ênfase passou a ser dada ao homem, que se tornou o centro de todas as atenções, intenções, políticas e revoluções. Quanto sangue derramado pelas revoluções em nome da humanidade.
Agora, desde 1857, o mundo tem a chance de implantar um novo paradigma: é o espiritismo. A ênfase pode passar ao espírito, seu conhecimento, sua evolução, suas relações e comunicações. O futuro dirá se haverá derramamento de sangue também em nome da espiritualidade.