quinta-feira, 24 de setembro de 2009

DE ESDE's, PBDE's E COEM's

Quando falamos em sistematização do estudo do Espiritismo no Brasil, não podemos esquecer o trabalho de dois militantes na década de 50: um, na área da mediunidade, o Edgard Armond, com sua Escola de Médiuns; outro, na área de mocidades, o incansável José Jorge. Não estou pretendendo entrar no mérito dos cursos, suas virtudes ou defeitos. Apenas ressalto seu pioneirismo e sua influência no surgimento de outros cursos. Durante grande parte da nossa história houve rejeição ao estudo sistematizado por parte tanto dos organismos oficiais, as federações, como de alguns jornalistas espíritas. Esses últimos, não obstante, defendiam a organização de escolas e faculdades de espiritismo; mas não acolhiam com simpatia a mesma coisa nos centros. Tal rejeição durou até boa parte da década de 70.
A leitura pura e simples, comentada ou não, das obras de Kardec, que se fazia e ainda se faz nos centros, é uma atividade interessante. Mas, ao lado disso, é muito útil que se tenha programas de estudos sistematizados que facilitem o aprendizado em grupos e a saudável troca de compreensões e percepções.
Na década de 60 um grupo de jovens espíritas de Ponta Grossa-PR migrou para a capital do Estado, Curitiba, em busca de formação acadêmica, integrando-se no Centro Espírita Luz Eterna. Sob o risco de pecar pelo esquecimento de algum nome, eu citaria Alexandre Sech, Célio Costa, Telmo Wambier e os irmãos Neuton e Ney Albach. Em Curitiba, juntou-se ao grupo Maderli Sech, Maria Tereza Albach e várias outras pessoas, formando um grupo que daria o passo mais amplo em relação à sistematização do estudo do espiritismo. De início, eles introduziram, tanto no Centro como no movimento estadual, a prática de juntar os assuntos espíritas por temas, gerando programas de palestras semanais. Posteriormente, evoluíram para a criação do Centro de Orientação e Educação Mediúnica - COEM, método seguro e eficaz para a saudável iniciação à mediunidade, tanto no aspecto teórico como, principalmente, na prática. O COEM foi lançado em 1970.
Mais tarde, observando que o COEM era, na verdade uma especialização e, sentindo a necessidade de sistematizar o estudo da filosofia espírita com mais ampla abrangência, esse mesmo grupo lançou, em 1981, o PBDE - Programa Básico de Doutrina Espírita. Influenciou na conscientização dessa necessidade o lançamento pelo pessoal de Londrina-PR do excelente COED - Centro de Orientação e Estudo Doutrinário.
Essas iniciativas, somadas aos esforços de sistematização do estudo no Rio Grande do Sul, acabaram por fertilizar a Federação Espírita Brasileira que lançou, com sucesso, seu ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.

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