O Espiritismo é a minha religião.
Só peço às pessoas inteligentes que me perdoem o fato de que um dos dogmas fundamentais da minha religião, é ela dizer-se ciência.
Mas, é um dogma como outro qualquer; talvez até mais bem arranjadinho do que o dogma da virgindade de Maria, ou o de que Jesus ressuscitou levando o corpo para o céu.
Assim como nenhuma pessoa inteligente vai impedir que católicos e protestantes acreditem nessas coisas, apesar de saberem que não são verdadeiras, espero que também não me impeçam de acreditar que o Espiritismo seja uma ciência, apesar de todos nós sabermos que não o é.
Afinal, é apenas a minha religião.
O que deverá preocupar as pessoas inteligentes, será se eu começar a arregimentar poder para impor minha "ciência" às universidades, ou empurrá-la goela abaixo dos estudantes, como têm feito os adeptos de outras religiões com seus dogmas criacionistas ou sobre os "desejos" de Deus.
Agora, àqueles confrades que ainda acreditam ingenuamente que o Espiritismo não seja uma religião, que é realmente uma ciência (e, não, que a afirmação de "ele é uma ciência" seja apenas um dogma kardeciano), nada melhor que a leitura de refutações de ateus para temperarem suas crenças: http://ateus.net/artigos/critica/espiritismo-ciencia-e-logica/
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
FLAMMARION ESPÍRITA?
"Em 31 de março de 1869, o chefe da escola espírita, Allan Kardec, morreu subitamente, aos 65 anos, e em 2 de abril seria sepultado no cemitério do Norte. Relatei mais acima como havia entrado em relações com ele no mês de novembro de 1861. Embora meu trabalho não me permitisse nenhuma assiduidade às reuniões da sociedade espírita da qual ele era o presidente-fundador, o comitê dessa sociedade convidou-me, em seu nome e no de Madame Allan Kardec, para presidir as exéquias civis e pronunciar um discurso. Eu estava me mantendo à distância desde algum tempo sobretudo, não admitindo que o espiritismo pudesse ser a base de uma religião antes que os fenômenos fossem cientificamente demonstrados e explicados. Contudo, rendi-me a tão honorável convite... (...) O Comitê me propôs suceder Allan Kardec como presidente da Sociedade Espírita. Recusei, sabendo que nove entre dez de seus discípulos continuariam a ver ali, durante ainda muito tempo, uma religião, em vez de uma ciência, além do que a identidade dos "espíritos" está longe de ser provada. Quarenta anos se passaram desde então. Os seguidores de Allan Kardec pouco mudaram sua fé; a maior parte recusa ainda a análise científica, única que poderia nos esclarecer exatamente".
(Camille Flammarion
"Memórias biográficas e filosóficas de um astrônomo"
Ernest Flammarion Editeur, Paris, 1911 -- Em facsímile da Gallica.bnf.fr).
Flammarion era um geniozinho de 19 anos quando encontrou-se com Kardec e começou a frequentar a sociedade espírita de Paris. Aos 27 já o vemos afastado do espiritismo, e recusando convites da própria Amelie Boudet para retornar em posição de destaque. Ele morreu aos 83. Seu afastamento precoce se deu por não concordar com os rumos que o presidente-fundador dava ao movimento: sem ter ainda construído uma metodologia que identificasse os espíritos de forma rigorosamente cientifica, ele não só os aceitava como tais, como os recebia na condição de sábios, enviados por Deus para procederem a uma nova grande revelação para a humanidade. Uma humanidade que, àquela altura, já prescindia de revelações divinas, pois adquirira maturidade suficiente para desvendar os segredos da natureza por si mesma. Aliás, poucos anos depois aposentaria o próprio Deus.
É incrivel como ainda hoje, no século XXI, encontramos pessoas que dizem ser científico sentar-se à frente de uma jovem em transe e acreditar-se estar recebendo de um Galileu ou Leonardo, profundas revelações ou soluções de problemas que temos condições e obrigação de buscar pela filosofia e pela ciência.
Agora, como religião, é outra coisa. Como religião, aceitamos de bom grado, principalmente se mantém nossa auto-estima, nossa felicidade e nossa saúde, até a revelação de um mendigo.
Daí porque Kardec, ao fim da vida, entregou os pontos e admitiu que era presidente-fundador de uma religião, ainda que, relutava, "em sentido filosófico".
Mas, o mais incrível de tudo é a teimosia cega com que os intelectuais espíritas repetem o lugar-comum de que o espiritismo era científico na Europa e foi transformado em religião no Brasil, ante toda essa evidência histórica em contrário!
(Camille Flammarion
"Memórias biográficas e filosóficas de um astrônomo"
Ernest Flammarion Editeur, Paris, 1911 -- Em facsímile da Gallica.bnf.fr).
Flammarion era um geniozinho de 19 anos quando encontrou-se com Kardec e começou a frequentar a sociedade espírita de Paris. Aos 27 já o vemos afastado do espiritismo, e recusando convites da própria Amelie Boudet para retornar em posição de destaque. Ele morreu aos 83. Seu afastamento precoce se deu por não concordar com os rumos que o presidente-fundador dava ao movimento: sem ter ainda construído uma metodologia que identificasse os espíritos de forma rigorosamente cientifica, ele não só os aceitava como tais, como os recebia na condição de sábios, enviados por Deus para procederem a uma nova grande revelação para a humanidade. Uma humanidade que, àquela altura, já prescindia de revelações divinas, pois adquirira maturidade suficiente para desvendar os segredos da natureza por si mesma. Aliás, poucos anos depois aposentaria o próprio Deus.
É incrivel como ainda hoje, no século XXI, encontramos pessoas que dizem ser científico sentar-se à frente de uma jovem em transe e acreditar-se estar recebendo de um Galileu ou Leonardo, profundas revelações ou soluções de problemas que temos condições e obrigação de buscar pela filosofia e pela ciência.
Agora, como religião, é outra coisa. Como religião, aceitamos de bom grado, principalmente se mantém nossa auto-estima, nossa felicidade e nossa saúde, até a revelação de um mendigo.
Daí porque Kardec, ao fim da vida, entregou os pontos e admitiu que era presidente-fundador de uma religião, ainda que, relutava, "em sentido filosófico".
Mas, o mais incrível de tudo é a teimosia cega com que os intelectuais espíritas repetem o lugar-comum de que o espiritismo era científico na Europa e foi transformado em religião no Brasil, ante toda essa evidência histórica em contrário!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
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