sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ALEXANDRIA, O FILME

Alexandria, no Brasil, ou Ágora, em Portugal, ou Agora, no original,é o título de um filme espanhol dirigido por Alejandro Amenábar, lançado na Espanha em 9 de outubro de 2009. O filme é estrelado por Rachel Weisz e Max Minghella e relata a história da filósofa Hipátia, que viveu em Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415 do nosso calendário.
O embate é entre a filosofia e a religião. Entre o livre-pensar e a fé intolerante. Tem a política, claro; mas, a política é sempre a arena onde todas as coisas se chocam. O filme se ambienta na esquina de pedras onde a historia regrediu da ciência para o fanatismo. Onde a filosofia, representada pela cultura greco-romana, foi derrotada pela religião, representada pelo cristianismo, e a humanidade foi lançada na noite fria e tenebrosa da Idade Média. E onde metade da raça humana foi rebaixada a animal irracional: as Epístolas de Paulo, transformadas em lei, calaram as mulheres, proibindo-as de pensar ou ensinar, condenando-as à morte se o ousassem, no crime mais imperdoável do cristianismo.
O âmago do filme, o instante em que o debate milenar entre filosofia e religião se manifesta, é quando dois ex-alunos de Hipátia -- Orestes, o prefeito, e Sinésio de Cirene, bispo de Ptolemaida --, tentam convencê-la a aderir ao cristianismo para salvarem a pele e o poder, e ela responde clara e definitivamente porque não pode fazê-lo: "Sinésio, você não questiona sua fé; você não pode; e eu devo..."
Na época atual, quando julgávamos consolidadas as conquistas libertárias iniciadas com o Renascimento, mas, na verdade, vemos a pobre e condenada humanidade resvalando novamente para o abismo escuro do fundamentalismo -- seja mouro ou cristão --, impõe-se a importância desse filme. Que todos o aluguem, reúnam familiares e amigos, e salvem-se vendo-o. Pois não diz o poeta que os que desconhecem a história estão fadados a repetirem seus erros?