Pode-se observar um crescente número de trabalhos acadêmicos franceses sobre o espiritismo nas áreas de história, sociologia e antropologia; enfim, nas áreas que estudam os movimentos sociais e humanos. Todos eles fazem um retrospecto histórico do espiritismo e reconhecem que hoje em dia não há, nem de longe, o interesse que havia no final do século XIX e começo do século XX. De fato, não há cientista, escritor ou político daquela época que não tenha citado, rechaçado, ridicularizado ou aderido ao espiritismo. Nenhum lhe ficava indiferente. Os estudiosos de hoje, em tais trabalhos acadêmicos, tentam relacionar as causas da decadência do movimento espírita, ou do adormecimento do interesse no assunto. Dentre as várias causas levantadas, há quase unanimidade em duas: a condenação da Igreja e o progresso da psicologia e psiquiatria, trazendo explicações mais sedutoras com os estudos do inconsciente. É preciso levar-se em conta, também, a dificuldade dos intelectuais assimilarem uma ciência parecida com religião, ou uma religião que queria ser ciência.
Mas, por que tanto interesse ressurgindo por algo que decaiu? Por que tanta atenção dedicada a algo que deixou de despertar o interesse dos sábios lá pelos anos 30? A resposta é: porque o espiritismo voltou à ordem do dia. Desde algumas décadas, o Divaldo, talvez o espírita mais conhecido e viajado que existiu, vem disseminando esse conhecimento e esse movimento, muitas vezes à sombra de ditaduras que até há bem pouco assombravam terras européias. Além disso, a inversão do fluxo migratório da humanidade -- que antes parecia vir toda ao Brasil e, de duas décadas prá cá parece derramar-se deste país continente para o mundo. O espiritismo é bastante difundido no segmento social que mais fornece jovens para a emigração. Acrescente-se a isto uma certa importância econômica que o Brasil vem adquirindo no mundo (não sei exatamente se como parceiro, como esperto ou como otário). O fato é que tudo isso somado levou a um crescimento de agrupamentos espíritas em várias partes do mundo, principalmente na Europa. Daí, os franceses começam a se interessar por um movimento de idéias aparentemente exótico mas iniciado por um conterrâneo deles. Afinal, devem pensar, que jabuticaba francesa é essa que desconhecemos? E, ao pesquisar, conhecem que já foi algo bastante presente na mídia e na sociedade em geral num tempo passado antes de tudo, ou seja, antes que a hecatombe de uma guerra mundial que foi mais intensa no quintal de casa, e o esforço amargo da reconstrução eclipsassem uma série de idéias e movimentos que agora ressurgem.
O clima do Despertar de Interesse é também o meu modelo de abordagem do espiritismo, numa independência absoluta, aberto a muitas culturas e investigações científicas.
ResponderExcluirQuanto a Divaldo, sinceramente não sou grande admirador.
Não vou estar aqui com considerandos, fica para outra altura.
A minha curiosidade pelo espiritismo é, como dizem os franceses, virado a "TOUS AZIMUTS". E nunca frequentei centros, de cujo ambiente - em Portugal - também não sou grande admirador.
Por isso nem me designo como um genuíno e competente espirita. Sou um mero investigador de espiritualismo científico "tous azimuts" e um interesadíssimo estudioso da Filosofia Espiritualista.
Lembram-se daquela expressão que vem em cima, na capa de "O Livro dos Espíritos". É isso, sem sacralizações nem idolatrias.
Bom dia a todos