segunda-feira, 1 de julho de 2019

AINDA SOBRE TRADUÇÕES


Recebi meu exemplar da Edição Histórica Bilíngue de “A Gênese”, de Allan Kardec, traduzida pelo Evandro Noleto Bezerra e editada pela FEB, da qual tomei conhecimento pelos blogueiros espíritas.
Ao contrário de certos espíritas que agem com espírito de seita procurei observar a edição com imparcialidade e independência, como tenho feito em todas as análises por mim publicadas.  Livre pensamento é algo para ser exercido e, não, utilizado como camuflagem para a arrogância e a ignorância.  Não é porque a FEB é digna de críticas pelas suas pretensões vaticânicas em relação ao movimento espírita que iremos negar seu cuidado editorial e seus méritos por ter divulgado em língua portuguesa, por várias décadas, uma ampla bibliografia espírita.  E o cuidado editorial se manteve na presente edição.  Noleto Bezerra é, sem dúvida, o melhor tradutor de Kardec que existe no mercado.  Ao lado disto, uma boa revisão impediu que sua tradução apresentasse erros crassos de concordância e pontuação como encontramos abundantemente na edição FEAL, da mesma obra, traduzida pelo professor Imbassahy; erros passíveis de levar seu leitor a entender erroneamente o pensamento de Kardec.   O mais alarmante – e que mais identifica o espírito de seita – é a manifestação de um dos adeptos da “cruzada pela restauração da Gênese” feita num dos seus grupos no facebook:  -“Vamos esperar a publicação da tradução do Noleto para ‘checarmos’ a fidelidade com a do Imbassahy”.  Isto vale um “!?” (sinal de espanto).  Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência e de senso crítico sabe que a verdadeira comparação tem que ser feita com o original de Kardec.  Por isso a edição da FEB traz, reproduzida em fac-símile (ou seja, em imagem) a versão original de 1868.  Qualquer leitor interessado poderá fazer de imediato a comparação item a item e verificar a fidelidade ou as licenciosidades eventualmente cometidas pelo tradutor, sem necessidade de “gurus” lhe dizendo o que achar ou pensar.  Ao mesmo tempo, poderá utilizar a reprodução em fac-símile (ou outra qualquer dentre as disponíveis na web) para descobrir por si mesmo os erros (de tradução, concordância, pontuação, etc.) cometidos na versão da FEAL, tenham eles sido cometidos pelo tradutor ou pelos revisores.


2 comentários:

  1. Concordo com sua visão. Tenho as duas e a tradução de Noleto está mais fiel. Infelizmente, em alguns pontos em que há diferença entre a primeira e a quinta edições, a tradução de Noleto da primeira edição manteve o texto da quinta.
    Pena que não anotei quais são, pois meu foco era estudar, então cotejei vários trechos das traduções para confirmar meu entendimento.
    Encontrei também um erro no item 1 do capítulo XIV (aquele item em que foi trocada a palavra matéria na primeira edição por natureza na quinta). O primeiro ponto em que aparece "elemento espiritual" na tradução, no original é "elemento material". A frase ficou sem sentido, já que mais a frente no mesmo item é apresentada a explicação de "elemento espiritual", conforme o original.

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  2. Parabéns, Lu Farias. A revisão cochilou nesse item e você pegou...

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